2º Simulado Polícia Civil/RJ/ 2020
Texto 1: A mídia
realmente tem o poder de manipular as pessoas?
1. À primeira vista, a
resposta para a pergunta que intitula este artigo
2. parece simples e óbvia: sim, a mídia é um poderoso instrumento de
3. manipulação. A ideia de que o frágil cidadão comum é impotente frente
4. aos gigantescos e poderosos conglomerados da comunicação é bastante
5. atrativa intelectualmente. Influentes nomes, como Adorno e Horkheimer,
6. os primeiros pensadores a realizar análises mais sistemáticas sobre o
7. tema, concluíram que os meios de comunicação em larga escala
8. moldavam e direcionavam as opiniões de seus receptores. Segundo eles,
9. o rádio torna todos os ouvintes iguais ao sujeitá-los, autoritariamente,
aos
10. idênticos programas das várias estações. No livro Televisão e
Consciência
11. de Classe, Sarah Chucid Da Viá afirma
que o vídeo apresenta um conjunto
12. de imagens trabalhadas, cuja apreensão é momentânea, de forma a
13. persuadir rápida e transitoriamente o grande público. Por sua vez, o
14. psicólogo social Gustav Le Bon considerava que, nas massas, o indivíduo
15. deixava de ser ele próprio para ser um autômato sem vontade e os juízos
16. aceitos pelas multidões seriam sempre impostos e nunca discutidos.
17. Assim, tem-se fomentado a concepção de que a mídia seria capaz de
18. manipular incondicionalmente uma audiência submissa, passiva e acrítica.
19. Todavia, como bons cidadãos
céticos, devemos duvidar (ou ao menos
20. manter certa ressalva) de proposições imediatistas e aparentemente
21. fáceis. As relações entre mídia e público são demasiadamente complexas,
22. vão muito além de uma simples análise behaviorista de estímulo
23. /resposta. As mensagens transmitidas pelos grandes veículos de
24. comunicação não são recebidas automaticamente e da mesma maneira
25. por todos os indivíduos. Na
maioria das vezes, o discurso midiático perde
26. seu significado original na controversa relação emissor/receptor. Cada
27. indivíduo está envolto em uma “bolha ideológica” (apanágio de seu
28. próprio processo de individuação), que condiciona sua maneira de
29. interpretação do mundo e a ação sobre ele. Todos nós, ao entramos em
30. contato com o mundo exterior, construímos representações sobre a
31. realidade. Cada um de nós forma juízos de valor a respeito dos vários
32. âmbitos do real, seus personagens, acontecimentos e fenômenos e,
33. consequentemente, acreditamos que esses juízos correspondem à
34. “verdade”. [...]
35. [...] A mídia é apenas um,
entre vários quadros ou grupos de
36. referência, aos quais um indivíduo recorre como argumento para
37. formular suas opiniões. Nesse sentido, competem com os veículos de
38. comunicação como quadros ou grupos de referência fatores
39. subjetivos/psicológicos (história familiar, trajetória pessoal,
predisposição
40. intelectual), o contexto social (renda, sexo, idade, grau de instrução,
etnia,
41. religião) e o ambiente informacional (associação comunitária, trabalho,
42. igreja). “Os vários tipos de receptor situam-se numa complexa rede de
43. referências em que a comunicação interpessoal e a midiática se
44. completam e modificam”, afirmou a cientista social Alessandra Aldé em
45. seu livro A construção da política: democracia, cidadania e meios de
46. comunicação de massa. Evidentemente, o
peso de cada quadro de
47. referência tende a variar de acordo com a realidade individual. Seguindo
48. essa linha de raciocínio, no original estudo Muito Além do Jardim
49. Botânico, Carlos Eduardo Lins da Silva
constatou como telespectadores do
50. Jornal Nacional acionam seus mecanismos de defesa, individuais ou
51. coletivos, para filtrar as informações veiculadas, traduzindo-as segundo
52. seus próprios valores. “A síntese e as conclusões que um telespectador
53. vai realizar depois de assistir a um telejornal não podem ser
antecipadas
54. por ninguém; nem por quem produziu o telejornal, nem por quem assistiu
55. ao mesmo tempo que aquele telespectador”, inferiu Carlos Eduardo.
Adaptado de: http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/a-midia-realmente-tem-o-poder-de-manipular-as-pessoas/.(Edição
846)
1. De acordo com o texto, o autor
a) acredita que a
mídia controla e manipula todos os cidadãos, independentemente de sua condição
socioeconômica e cultural.
b) mostra o poder
absoluto da mídia de deturpar a realidade dos fatos, tornando os cidadãos
alienados e passivos.
c) mostra ao
leitor que a mídia tem total poder de influenciar o seu público, principalmente
pelas redes sociais.
d) prova a tese de
que a mídia manipula os leitores, respaldando-se em importantes estudiosos da
cultura de massa.
e) sustenta a
ideia de que a mídia é apenas um dos fatores que interferem na construção da
opinião dos indivíduos. O autor cita fatores, subjetivos e contextuais
2. De acordo com o ponto de vista do autor,
I. fatores
subjetivos/psicológicos são os mais influentes na formação das opiniões e
superam até mesmo a incondicional influência midiática.
II. a
homogeneidade dos programas de rádio e de televisão é a responsável pela
manipulação midiática das opiniões.
III. é impossível
determinar como o indivíduo interpretará as informações veiculadas por um
telejornal.
Está(ão)
correta(s) apenas
a) I e II.
b) I e III.
c) II.
d) II e III.
e) III.
3. Com relação às estratégias argumentativas utilizadas no texto, é
correto afirmar que o autor
a) vale-se da
pergunta retórica do título, respondida afirmativamente por ele mesmo.
b) apresenta
apenas posicionamentos de estudiosos que são idênticos aos seus.
c) vale-se do uso
das aspas nos quatro momentos para se distanciar daquilo que é dito.
d) utiliza a
primeira pessoa do plural para se aproximar do leitor e o persuadir sobre seu ponto
de vista.
e) apresenta com
total imparcialidade pontos de vista diversos sobre a manipulação da mídia.
4. No trecho “{...} a mídia é um poderoso instrumento de manipulação (l.2-3), a expressão sublinhada
vale-se da seguinte figura de linguagem:
a)
metáfora
b)
personificação
c)
metonímia
d)
hipérbole
e)
oxímoro
5. “Cada indivíduo está envolto em uma “bolha ideológica” (apanágio de seu
próprio processo de individuação)”, a
expressão “apanágio de seu próprio processo
de individuação” tem a função de
a)
aposto, parafraseando o termo anterior.
b)
adjunto adverbial, caracterizando o termo anterior.
c)
sujeito, retificando o termo anterior.
d)
predicativo, confirmando o termo anterior.
e)
complemento nominal, completando o sentido do termo anterior.
6. “À primeira vista, a resposta
para a pergunta que intitula este artigo parece simples e óbvia: sim, a mídia é
um poderoso instrumento de manipulação.” (.1-3)
No
trecho acima, o sinal de dois-pontos anuncia uma:
a)
explicação.
b)
consequência.
c)
síntese.
d)
citação.
e) conclusão.
7. “A mídia é apenas um, entre
vários quadros ou grupos de referência, aos quais um indivíduo recorre
como argumento para formular suas opiniões.”
No trecho
acima, foi empregada a regência do verbo “recorrer “ em completo acordo com a norma culta. Assinale a
alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.
a) O povo aspira a governos menos corruptos.
b) Ele assiste em Belém.
c) O combate à corrupção implica em medidas éticas por parte das
empresas.
d) As empresas pagaram aos funcionários na data correta.
e) Muitas vezes o povo esquece o passado dos políticos.
8. Assinale a alternativa em que o item sublinhado NÃO é conjunção
integrante.
a) “a resposta
para a pergunta que intitula este artigo parece simples e óbvia”.
b) “A ideia de que
o frágil cidadão comum é impotente frente aos gigantescos e poderosos
conglomerados da comunicação é bastante atrativa intelectualmente.”
c) “concluíram que
os meios de comunicação em larga escala moldavam e direcionavam as opiniões de
seus receptores”.
d) “Sarah Chucid
Da Viá afirma que o vídeo apresenta um conjunto de imagens trabalhadas”.
e) “fomentou-se a
concepção de que a mídia seria capaz de manipular incondicionalmente uma
audiência submissa, passiva e acrítica”.
Texto 2
Se
precisamos estar em constante contato com os outros, é evidente que a
comunicação é essencial para a vida humana e a organização social. Também é
óbvio que, desde o começo de nossa existência, participamos do complexo
processo de adquirir regras de comunicação e pô-las em prática. Na maioria das
vezes, não discutimos os códigos e os modos de usá-los; simplesmente nos comunicamos
por meio deles. Como afirmamos, isso acontece porque somos eminentemente
sociais, incapazes de viver isolados.
Aliás,
mesmo solitários, estabelecemos um modo de comunicação a que a psicologia se
refere como intrapessoal, questionando-nos internamente, a partir de nossos
sentimentos, nossas dúvidas, nossas motivações interiores. Paralelamente,
estamos em constante comunicação interpessoal, aquela que se dá entre duas pessoas,
ou grupal, que acontece entre uma pessoa e um grupo, ou vice-versa, além de
recebermos os apelos da comunicação de massa, que se concretiza pelos meios
tecnológicos, como o rádio, o jornal, a televisão, entre outros, acionados por
jornalistas e publicitários, que geram e difundem informações e anúncios.
Como
fenômeno social, a comunicação dá-se por intermédio de algum tipo de linguagem
que, como vimos, se altera de acordo com o uso que as pessoas fazem dela.
Verbais ou não verbais, criamos sinais que têm significado especial para o
grupo humano do qual fazemos parte. A variedade de línguas faladas no mundo é
um exemplo bem evidente do fenômeno, mas existem outros. O significado que atribuímos
às cores é um deles: se para nós, ocidentais, o vermelho pode significar poder
[...], para algumas culturas africanas, ele está ligado ao luto, pois evoca
luta, sangue, morte.
Vera Teixeira de Aguiar, O verbal e o não
verbal
9. “Paralelamente, estamos em constante comunicação
interpessoal, aquela que se dá entre duas pessoas, ou grupal, que acontece
entre uma pessoa e um grupo, ou vice-versa, (...).
No
trecho acima predomina a função de linguagem
a)
emotiva
b) referencial
c)
metalinguística
d)
fática
e)
poética
10. O par de palavras que apresenta uma disposição de
classes de palavras diferente das demais é:
a)
vida humana (primeiro parágrafo)
b)
organização social (primeiro parágrafo)
c) complexo processo (primeiro parágrafo)
d)
motivações interiores (segundo parágrafo)
e) culturas
africanas (terceiro parágrafo)
11. Na trecho “é
evidente que a comunicação é essencial para a vida humana e a organização
social”, a oração sublinhada exerce a função de
a) objeto direto
b) objeto indireto
c) sujeito
d) complemento nominal
e) predicativo do sujeito
12. Em “Também é óbvio que, desde o começo de nossa
existência, {...}”, a palavra
“começo” é formada por
a)
derivação sufixal.
b)
derivação parassintética.
c)
derivação regressiva.
d)
composição por aglutinação.
e)
derivação prefixal.
13. Assinale a alternativa que analisa e
classifica corretamente os termos da oração em destaque: “[…] estabelecemos um modo de comunicação a que a
psicologia se refere como intrapessoal [...]”.
a) A expressão “a que” funciona como complemento nominal de
“comunicação”.
b) A oração sublinhada é adjetiva explicativa, pois generaliza que todo
modo de comunicação é interpessoal.
c) O termo “que” é um pronome indefinido.
d) A expressão “a que” funciona objeto indireto de “se refere”.
e) O termo “se” é classificado como pronome reflexivo.
14. “Paralelamente,
estamos em constante comunicação interpessoal, aquela que se dá entre
duas pessoas, ou grupal, que acontece entre uma pessoa e um grupo, ou vice-versa,
além de recebermos os apelos da comunicação de massa, que se concretiza
pelos meios tecnológicos, (...”).
No
segmento acima, o vocábulo SE apresenta, respectivamente, a função de
a)
pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito
a)
pronome apassivador e pronome apassivador
b)
pronome apassivador e pronome reflexivo
d) índice
de indeterminação do sujeito e índice de indeterminação do sujeito
e)
parte integrante do verbo e pronome
apassivador
15. “A variedade
de línguas faladas no mundo é um exemplo bem evidente do fenômeno, mas existem
outros”.
A forma verbal abaixo que
substitui INADEQUADAMENTE “existem” nesse segmento do texto, por não respeitar
a concordância verbal, é:
a) há;
b) pode haver;
c) podem haver;
d) devem existir;
e) deve haver.
16. “Aliás,
mesmo solitários, estabelecemos um modo de comunicação a que a psicologia se
refere como intrapessoal, questionando-nos internamente, a partir de nossos
sentimentos, nossas dúvidas, nossas motivações interiores.”
O gerúndio “questionando-nos” mostra uma ação:
a) que antecede a
do verbo da oração anterior;
b) posterior à do
verbo da oração anterior;
c) que é a
consequência da ação da oração anterior;
d) simultânea à do
verbo da oração anterior;
e) que mostra
oposição à ação da oração anterior.
17. “Se precisamos estar em constante
contato com os outros, é evidente que a comunicação é essencial para a vida
humana e a organização social.”
A noção expressa
pela primeira oração, em relação à segunda é:
a) concessão;
b) causa;
c) tempo;
d) comparação;
e) finalidade.
18. Assinale a
alternativa que mais apropriadamente resume a ideia principal do texto.
a) Os significados que atribuímos aos sinais da linguagem
não verbal são universais, portanto idênticos para todos os grupos sociais e
culturais.
b) Os indivíduos estão em permanente troca comunicativa,
seja solitariamente com seus pensamentos, seja na interação verbal com outros
falantes.
c) Atualmente, os meios de comunicação de massa têm
contribuído negativamente para a formação dos grupos sociais.
d) A comunicação humana prescinde de sinais ou de
qualquer outro tipo de linguagem para que se realize como fenômeno social.
e) As regras comunicativas que devemos aprender são
exclusivamente as regras definidas pelas gramáticas normativas, que indicam o
certo e o errado na língua.
19. O texto pode
ser classificado como predominantemente:
a) narrativo
b) descritivo
c) expositivo
d) argumentativo
e) injuntivo
20. Considere as
seguintes afirmações sobre o texto:
I. A palavra “eminentemente”, no trecho “Como afirmamos, isso acontece
porque somos eminentemente sociais, incapazes de viver isolados.” (primeiro
parágrafo),
pode ser
corretamente substituída no texto por “acima de tudo”, sem que a alteração
modifique sentidos originais do texto.
II. A palavra “acionados”, no trecho “que se concretiza
pelos meios tecnológicos, como o rádio, o jornal, a televisão, entre outros,
acionados por jornalistas e publicitários, que geram e difundem informações e
anúncios.” (segundo parágrafo), pode ser corretamente substituída no texto por
“mobilizados”, sem que a alteração modifique sentidos originais do texto.
III. A palavra “difundem”, no trecho “que se concretiza pelos meios
tecnológicos, como o rádio, o jornal, a televisão, entre outros, acionados por
jornalistas e publicitários, que geram e difundem informações e anúncios.”
(segundo parágrafo), pode ser corretamente substituída no texto por “propagam”,
sem que a alteração modifique sentidos originais do texto. Assinale a
alternativa correta.
a) As afirmações I e II estão corretas.
b) As afirmações II e III estão corretas.
c) As afirmações I e III estão corretas.
d) Nenhuma das afirmações está correta.
e) Todas as
afirmações estão corretas.
Gabarito
1. E
Comentário:
e) item certo – O
poder da mídia não é absoluto, pois há outros que interferem na construção da
opinião dos indivíduos. O autor cita “fatores subjetivos/psicológicos (história
familiar, trajetória pessoal, predisposição intelectual), o contexto social
(renda, sexo, idade, grau de instrução, etnia, religião) e o ambiente
informacional (associação comunitária, trabalho, igreja)”. As demais alternativas
não encontram apoio no texto.
2. E
Comentário:
I. Item errado –
Não há hierarquia dos fatores que influenciam a formação das opiniões.
II. Item errado – Não
há referência à homogeneidade dos programas de rádio e de televisão.
III. Item certo – A
afirmação de que é impossível determinar como o indivíduo interpretará as
informações veiculadas por um telejornal está correta, pois outros fatores competem
com os veículos de comunicação. Além disso, a opinião de especialistas confirma
isso: “Carlos Eduardo Lins da Silva constatou como telespectadores do Jornal Nacional acionam seus mecanismos de
defesa, individuais ou coletivos, para filtrar as informações veiculadas,
traduzindo-as segundo seus próprios valores. ‘A síntese e as conclusões
que um telespectador vai realizar depois de assistir a um telejornal não podem
ser antecipadas por ninguém; nem por quem produziu o telejornal, nem por quem
assistiu ao mesmo tempo que aquele
telespectador’, inferiu Carlos Eduardo.”
3. D
Comentário:
a) item errado – A
pergunta retórica é formulada não com o objetivo de se obter uma resposta, mas
com o intuito de despertar o interesse do leitor. Por exemplo, no trecho “Quem
não se irrita por ser destinatário de mensagens automáticas que nem lhe dizem
respeito?”, há uma pergunta retórica, pois na própria pergunta já está
implícita a resposta, a de que todos nós nos irritamos com mensagens que não
nos dizem respeito. Já em relação à frase interrogativa do texto, não se trata
de pergunta retórica, uma vez que ela exige resposta. E essa resposta, pelo
contexto, é negativa.
b) item errado –
Na primeira parte do texto são apresentados posicionamentos contrários aos do
autor: “Sarah Chucid Da Viá afirma que o vídeo apresenta um conjunto de imagens
trabalhadas, cuja apreensão é momentânea, de forma a persuadir rápida e transitoriamente
o grande público. Por sua vez, o psicólogo social Gustav Le Bon considerava
que, nas massas, o indivíduo deixava de ser ele próprio para ser um autômato
sem vontade e os juízos aceitos pelas multidões seriam sempre impostos e nunca
discutidos”.
c) item errado – No
último parágrafo, as aspas delimitam a citação de estudiosos.
d) item certo – O
emprego da primeira pessoa do plural (“devemos”, todos nós”, “entramos”,
“construímos”, “cada um de nós”, “acreditamos”), no segundo parágrafo, é uma
estratégia argumentativa, uma vez que deixa a impressão de que o leitor se
sente na obrigação de compartilhar o ponto de vista do leitor. É como se o
leitor fosse coautor das ideias veiculadas.
e) item errado – O
autor é parcial, pois defende suas ideias com argumentos subjetivos.
4. B
Comentário:
A figura de
linguagem de que se vale a expressão “é um poderoso instrumento de manipulação,
no texto, é a personificação, que dá vida e ação à “mídia”, ser abstrato e
inanimado.
5. A
Comentário:
O aposto consiste
em um sintagma nominal que acompanha outro sintagma nominal e explica seu
sentido. A expressão “apanágio de seu próprio processo
de individuação” reitera o sentido
de ‘bolha ideológica’ e, assim, esclarece do que se trata para o leitor que não
compreenda o que significa “bolha ideológica”.
6. A
Comentário:
No enunciado em questão, o sinal de dois-pontos
anuncia uma explicação. Isso se comprova com a substituição desse sinal por uma vírgula seguida
de conjunção explicativa (pois”, “porque”, entre outras).
7. C
Comentário:
O verbo “recorrer”,
presente na frase do texto, é transitivo indireto, com preposição “a” (quem
recorre, recorre A alguém): aos quais recorre = recorre Aos quais;
Aos quais > objeto indireto.
a) Item certo – O verbo “aspirar, no sentido de desejar
ardentemente, de pretender, é transitivo indireto,
regendo a preposição a: O povo aspira a governos menos
corruptos (aspira menos a eles).
Observação: No sentido de respirar,
é transitivo direto: Aspiro este ar puro (Aspiro-o).
b) Item certo – O verbo “assistir”, no sentido de residir,
é intransitivo, seguido de adjunto adverbial de lugar iniciado pela preposição em: Ele assiste em Belém.
Observações:
1. No sentido de auxiliar,
ajudar, socorrer, é transitivo direto ou transitivo indireto,
regendo a preposição a: O médico assistiu os doentes (assistiu-os). /OU/ O médico assistiu aos doentes (assistiu-a eles).
2. No sentido de estar
presente, comparecer, ver, é transitivo indireto, regendo
a preposição a: Não assisti à novela (Não assisti a ela).
3. No sentido de caber, competir, é transitivo indireto, regendo a preposição a:
Assiste ao trabalhador o direto a um salário digno (Assiste-lhe...).
c) Item errado – O verbo “implicar”, no sentido de acarretar,
produzir como consequência, é transitivo direto. Correção: O combate
à corrupção implica medidas éticas por parte das empresas (implica-as).
d) Item certo – O verbo “pagar” (e também o verbo
“perdoar”) é transitivo indireto se o objeto se referir a pessoa, regendo a
preposição a: As empresas pagaram aos funcionários na data correta
(pagaram-lhes); é transitivo direto se o objeto se referir a coisa: A
empresa pagou os salários (pagou-os).
e) Item certo – O verbo “esquecer”, quando não
pronominal, é transitivo direto: Muitas vezes o povo esquece o passado dos
políticos.
Observações (de acordo com o Manual de Redação da Prefeitura de Manaus):
ESQUECER / LEMBRAR
• A estes verbos, quando usados com a significação própria de olvidar
(não olvidar), sair (não sair) da lembrança, oferecem-se três construções:
Transitivos diretos – Esqueci o compromisso. / Lembrei o dia de seu aniversário.
Transitivos indiretos – acompanhados de
pronome reflexivos, têm complementos introduzidos pela preposição de:
Naquele dia se esquecera das
preocupações. / Não me lembrei do compromisso.
• Numa terceira construção, de uso literário, há uma curiosa particularidade:
o objeto vai figurar como sujeito.
Esqueceu-me o compromisso.
8. A
Comentário:
a) Item errado
– No trecho “a resposta para a pergunta que
intitula este artigo parece simples e óbvia”, o termo “que” é pronome relativo,
equivalente a “a qual” (aqui “que” retoma “a pergunta”). Nas demais
alternativas, “que” é conjunção integrante.
Modo prático de identificar as conjunções integrantes:
“que” ou “se” + oração = ISSO. Exemplos: Espero que você seja feliz =
Espero ISSO. / Não sei se ela viajará = Não sei ISSO.
b) Item certo – “A ideia de que o frágil cidadão comum é impotente frente aos gigantescos e poderosos conglomerados da comunicação é bastante atrativa intelectualmente.” = A ideia DISSO. A conjunção introduz uma oração substantiva completiva nominal, pois completa o sentido do substantivo “ideia”.
c) Item certo – “concluíram
que os meios de comunicação em larga escala moldavam e direcionavam as
opiniões de seus receptores” = concluíram ISSO. A conjunção inicia uma
oração substantiva objetiva direta, pois completa o sentido do verbo
“concluir”.
d) Item certo – “Sarah
Chucid Da Viá afirma que o vídeo apresenta um conjunto de imagens
trabalhadas” = Sarah Chucid Da Viá afirma ISSO. A conjunção inicia uma oração
substantiva objetiva direta, pois completa o sentido do verbo “afirmar”.
e) Item certo – “fomentou-se
a concepção de que a mídia seria capaz de manipular incondicionalmente uma
audiência submissa, passiva e acrítica” = fomentou-se ISSO. A conjunção
inicia uma oração substantiva subjetiva. Observemos que o verbo está na voz
passiva sintética. fomentou-se = ISSO FOI FOMENTADO.
9. C
Comentário:
No trecho acima a função de linguagem
predominante é a metalinguística, pois discorre sobre a linguagem, explicando o
que significa estarmos em “constante comunicação interpessoal”.
10. C
Comentário:
a) Alternativa errada – vida humana.
/respectivamente, substantivo e adjetivo.
b) Alternativa errada – organização social. / respectivamente, substantivo e adjetivo.
c) Alternativa certa – complexo processo. /Aqui, a primeira palavra é adjetivo, e a segunda, substantivo.
d) Alternativa errada – motivações interiores. / respectivamente, substantivo e adjetivo.
e) Alternativa errada – culturas africanas. / respectivamente, substantivo e adjetivo.
11. C
Comentário:
Em “é evidente que
a comunicação é essencial para a vida humana e a organização social”, o termo “que” é conjunção integrante (que + oração = ISSO > “é evidente que a comunicação é essencial para a vida
humana e a organização social” = “é evidente ISSO); introduz uma oração subjetiva (é o sujeito de “é”): Para achar o
sujeito, pergunta-se: O que é evidente?
Resposta: que a
comunicação é essencial para a vida humana e a organização social = ISSO
> sujeito oracional)
12. C
Comentário:
O substantivo
“começo” é considerado “deverbal”, isto é, formado por derivação regressiva, a
partir da redução do verbo “começar”.
13.D
Comentário:
a) Item errado – A expressão “a que” funciona como objeto indireto de “se refere”, e não
como complemento nominal de “comunicação”. É
importante ressaltar que o pronome relativo “que” exerce a função sintática do
termo que substitui. Vejamos:
estabelecemos um modo de comunicação a que a psicologia se refere como intrapessoal / Oração principal: estabelecemos um modo de comunicação; oração subordinada adjetiva: a que a psicologia se refere como intrapessoal. / Substituição do “que” pelo antecedente: um modo de comunicação (= a que) a psicologia se refere como intrapessoal. / Ordem direta: a psicologia (sujeito) se refere a um modo de comunicação (objeto indireto) como intrapessoal. / Como “a que” = “a um modo de comunicação ”, então “a que” é objeto indireto.
b) Item errado – A oração
sublinhada, não separada por vírgula, é
adjetiva restritiva, pois caracteriza e especifica SOMENTE um modo de
comunicação.
c) Item errado – O pronome “que” é relativo, equivalente a “o qual”.
d) Item certo – Como vimos na alternativa C, o pronome "que" é pronome relativo.
e) Item errado –
O termo “se” é parte integrante do verbo. Trata-se de verbo pronominal.
Observemos que a ação praticada não recai sobre o sujeito. Aliás, com verbo
transitivo indireto, o “se” jamais será pronome reflexivo.
14. B
Comentário:
Nos dois casos, o termo SE é pronome
apassivador. Contextualmente, os verbos “dar” e “concretizar” são transitivos diretos.
Esses verbos estão na voz passiva sintética e têm correspondência na voz
passiva analítica: aquela que se dá entre duas pessoas, ou grupal (...)
CORESPONDE A aquela que é dada
entre duas pessoas, ou grupal (...) / que se concretiza pelos meios
tecnológicos (...) CORESPONDE A que é
concretizada pelos meios tecnológicos (...).
15. C
Comentário:
c) Alternativa
errada – O verbo haver (e o auxiliar), no sentido de “existir”, não se
flexiona, isto é, fica na terceira pessoa do singular. Então, o correto seria
“pode haver”. Seguindo a mesma regra da não flexão de “haver”, estão corretas
as alternativas A (há), B
(pode haver) e E (deve haver).
d) Alternativa
certa – O verbo existir (e o auxiliar) concorda normalmente com o
sujeito: Existem outros (sujeito do enunciado) / devem existir outros.
16. D
Comentário:
A ação expressa pelo gerúndio é simultânea, isto é,
ocorre ao mesmo tempo que a da oração principal. A forma reduzida, se
transformada em desenvolvida, poderia ser iniciada por uma conjunção temporal: “Aliás, mesmo solitários, estabelecemos um modo de
comunicação a que a psicologia se refere como intrapessoal, QUANDO NOS
QUSTIONAMOS, a partir de nossos sentimentos, nossas dúvidas, nossas motivações
interiores.”
Vejamos exemplos referentes às
demais alternativas:
a) que antecede a do verbo da
oração anterior: Adormeceu, deitando-se
no sofá (primeiro deitou-se, depois adormeceu).
b) posterior à do verbo da oração anterior: Ele despediu-se da mulher, indo ao mercado (a ida
ao mercado só acontece depois da despedida).
c) que é a consequência da ação da oração anterior: Caiu na calçada, ferindo-se na cabeça (o ferimento na
cabeça é consequência da queda na calçada).
e) que mostra oposição à ação da oração anterior: Sofrendo, não se
queixava (geralmente as pessoa reclamam
quando sofrem, mas ela não se queixava).
17.
B
Comentário:
Aqui
a conjunção “se” não expressa condição, mas causa; pode ser substituída
por uma conjunção causal tradicional (Visto que, Já que etc.); indica a razão
de ser “evidente que a comunicação é essencial para a vida humana e a
organização social”. Em outras palavras, poderíamos dizer que “é evidente que a
comunicação é essencial para a vida humana e a organização social” PORQUE
“precisamos estar em constante contato com os outros”
18. B
Comentário:
a) Item errado – Os significados que atribuímos aos sinais da linguagem não
verbal variam e não são idênticos: “O significado que atribuímos às cores é um
deles: se para nós, ocidentais, o vermelho pode significar poder [...], para
algumas culturas africanas, ele está ligado ao luto, pois evoca luta, sangue,
morte.”.
b) Item certo – O autor fala do
constante contato do indivíduo com os outros (troca comunicativa / interação verbal com outros falantes, além da interação com
os veículos midiáticos). Fala também do monólogo que travamos com nós
mesmos (troca comunicativa / interação verbal do indivíduo com ele mesmo).
c) Item errado – O autor não faz nenhum julgamento sobre os meios de
comunicação de massa.
d) Item errado – Ao contrário do que se afirma nesta alternativa, os
sinais ou qualquer outro tipo de linguagem são imprescindíveis para que a comunicação
humana se realize como fenômeno social.
e) Item errado – O que se diz nesta alternativa não encontra nenhum
respaldo no texto.
19. C
Comentário:
O
objetivo principal do texto é uma
apresentação/explicação sobre a troca comunicativa, seja solitariamente com
seus pensamentos, seja na interação verbal com outros falantes. O autor privilegia a função referencial ao
usar a mensagem para informar o leitor. Há também a função metalinguística, por
discorrer sobre a linguagem.
Observação: O juízo de valor
expresso em “é evidente
que a comunicação é essencial para a vida humana e a organização
social” se fundamenta por comentários detalhados a respeito de
fenômenos linguísticos, voltados a um público não necessariamente
especializado. Com isso, a mensagem assume valor predominantemente informativo.
20. E
Comentário:
Contextualmente,
o advérbio “eminentemente” significa “em primeiro lugar”, “acima de tudo”,
“em alto grau”; o adjetivo “acionados” significa “posto em ação”, “mobilizados”;
o verbo “difundir” significa “propagar”.
Fiz 19 de 20. Treini, treino e treino. Obrigado, Professor.
ResponderExcluirParabéns. Este simulado é considerado difícil.
ResponderExcluirParabéns, Henrique! Tive o prazer de ser teu aluno.
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