* Pontuação
Os sinais de pontuação são utilizados com a finalidade de:
a) orientar a leitura,
indicando as pausas, o ritmo e a entoação com que se deve ler a frase;
b) separar palavras,
expressões e orações que devem ser distinguidas ou que se deseja destacar;
c) esclarecer o sentido da
frase, evitando dubiedades e truncamentos.
VÍRGULA
A
vírgula ( , ) indica pausa breve. Entretanto, deve-se
estar atento ao fato de que nem toda pausa breve da fala corresponde a uma vírgula na escrita, do mesmo modo que nem
toda vírgula corresponde, necessariamente, a uma pausa.
Isso
porque a vírgula tem o seu emprego determinado sobretudo por fatores de ordem
sintática. Dois desses fatores são a ordem direta e a ordem inversa .
A ordem
direta consiste em enunciar os termos da oração segundo a seguinte
progressão: sujeito – verbo –
complementos do verbo (objetos) – adjunto adverbial. Quando se tem essa sequência, o uso da vírgula é, de modo geral, desnecessário. Exemplo:
O Presidente da Câmara / encerrou / a
sessão / às vinte horas
Sujeito Verbo Objeto direto Adj. adverbial
Quando
a ordem direta é quebrada por deslocamentos (inversões ou intercalações) dos
termos, tem-se a ordem inversa. Neste caso, a vírgula se faz, quase
sempre, necessária, devendo-se usar uma só vírgula para separar os termos
invertidos (no início da oração) e duas para isolar os termos intercalados (no
meio da oração). Exemplos:
Às vinte horas , o Presidente da Câmara encerrou a
sessão. (inversão do adj. adv.)
O Presidente da Câmara, às vinte
horas , encerrou a sessão. (intercalação do adj. adv.)
As
regras que se passa a apresentar, embora abrangentes, não esgotam todas as
possibilidades de emprego ou não da vírgula. Nos casos omissos, nos de vírgula
facultativa e naqueles eventualmente conflitantes, deve o redator guiar-se por
critérios como: eufonia, ritmo da frase, clareza do enunciado, necessidade de
ênfase (a vírgula realça os elementos que separa).
Casos
em que não se usa vírgula
a. Entre sujeito e predicado; entre verbo e seus objetos;
entre nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e complemento nominal; entre nome e adjunto adnominal:
Todos
os parlamentares presentes no plenário / aplaudiram o orador.
sujeito
predicado
O
Presidente / desejou / sucesso / aos servidores recém-empossados.
sujeito verbo obj. dir, obj. ind.
O
contundente / pronunciamento / do Deputado / contra o Ministro /
adj.
adn. nome adj. adn. compl. nom.
foi
prontamente rebatido pelo Governo.
Observação:
Tão sintaticamente
estreita é a ligação dos termos de cada par referido, que não se usa vírgula
entre eles nem mesmo quando são longos e complexos ou estão na ordem inversa: Aplaudiram
o orador todos os parlamentares presentes no plenário; Aos servidores
recém-empossados o Presidente desejou sucesso.
b. Entre
a oração principal e a subordinada substantiva, por ser estreito o vínculo sintático entre elas (as orações substantivas, grifadas abaixo, completam a principal, exercendo a função de sujeito, objeto, etc.):
É
necessário que Vossa Senhoria esteja presente. Todos acreditam que o
resultado será positivo.
Chegamos à conclusão de que o projeto pode ser aperfeiçoado.
Observação:
Se a subordinada
substantiva estiver deslocada, usa- se vírgula: Que o resultado será
positivo, todos acreditam.
c. Com o
período na ordem direta, antes das orações subordinadas adverbiais
proporcionais, conformativas e comparativas, sobretudo quando a oração
principal é curta:
Os
parlamentares iam saindo à medida que seus votos eram registrados.
Todos
votaram conforme se tinha acordado.
O
novo funcionário é tão eficiente como o que saiu.
d. Antes
de oração adverbial reduzida de gerúndio que denote meio, modo ou instrumento:
Fez
a viagem despachando os processos. Participamos do evento representando
nosso País.
e. Quando,
num período simples, as conjunções mas
e porém ligam termos equivalentes sintaticamente:
Ele
sentiu cansaço mas satisfação. É acomodado porém inteligente.
Casos
em que se usa a vírgula
Entre termos da oração
a. Para isolar o aposto explicativo: 40
O
criador de Capitu, Machado de Assis, é um dos maiores escritores
brasileiros.
Amanhã,
sexta-feira, será feriado.
b. Para isolar expressões de natureza explicativa, retificativa, continuativa, conclusiva ou enfáticas, tais como além disso, aliás, a propósito, a saber, assim,
com efeito, digo, em suma, enfim, isto é, isto sim, não, ou antes, ou melhor,
ou seja, por assim
dizer, por exemplo,
realmente, sim, vale dizer :
Com efeito, os problemas foram solucionados. Os projetos foram, sim,
aprovados.
40 Aposto explicativo é o termo que explica o nome a que se
associa sem restringir-lhe o significado. É
em geral marcado por pausa e, por não ser essencial,
pode ser suprimido sem prejuízo
para o sentido da frase, conforme se pode depreender dos exemplos acima. Não se
confunde com o aposto especificativo ,
que, ao contrário do explicativo, jamais se
isola com vírgulas, pois aplica-se, sem pausa, diretamente ao
nome e restringe seu significado de
valor genérico, individualizando-o. Exemplos:
O ex-Presidente Itamar Franco é
mineiro de Juiz de Fora; Os Soldados Ananias e Cardoso foram
promovidos.
O
que foi dito há pouco, isso sim, não procede.
c.
Para
isolar o vocativo:
A
palavra, Deputado, está agora com Vossa Excelência.
Boa
sorte, candidato!41
d. Para
separar o predicativo deslocado:
Os
manifestantes, lentos e tristes , desfilaram em frente ao palácio.
Satisfeitos, os homens voltaram ao trabalho.
e. Para
separar o adjunto adverbial deslocado:
No
momento da explosão,
toda a cidade estava dormindo.
As
metrópoles brasileiras, por causa do êxodo rural, não param de crescer.
Observações
1. Tratando-se de adjunto adverbial deslocado de curta extensão, pode-se omitir a vírgula: Amanhã à tarde não haverá sessão; Aqui se vive em paz; A situação
naquele momento era
de tensão; Pronunciou
corajosamente o seu discurso.
2. Na situação acima, usa-se a vírgula
quando se quer realçar o adjunto adverbial: Aqui, vive-se
em paz; A situação, naquele momento, era de
tensão.
3. Também se recomenda
a vírgula quando o adjunto
adverbial, deslocado ou não, refere-se à
oração inteira: Infelizmente,
a situação é crítica; Neste caso, cabe
recurso ao Plenário.
a.
f. Para isolar conjunções que
aparecem no meio da frase:
O Deputado
foi atingido em
sua imagem; cabe-lhe, portanto, o direito de
resposta.
Não
chove há meses. O gramado, todavia, continua verde.
g. Para indicar a elipse
(supressão) de uma palavra, geralmente um verbo:
41 Como nesta frase, a pausa
antes do vocativo, não obstante a vírgula obrigatória, é muitas vezes
imperceptível. Outros exemplos: Fala, Brasil!; Adeus, Maria!;
Sim, senhor.
Nós
falamos de fatos concretos e vocês, de hipóteses remotas. (= e vocês falam de
hipóteses remotas)
As
ruas estão esburacadas; os postes, sem luz. (= os postes estão sem luz)
h. Para
separar o complemento verbal quando anteposto ao verbo e repetido pleonasticamente:
O
Parlamento, às vezes a imprensa o critica injustamente. (o =
objeto direto pleonástico)
i. Para separar
entre si termos
coordenados dispostos em enumeração:
O
Presidente, o Líder, o Relator ressaltaram a importância da matéria.
Votaram-se
os requerimentos, as emendas, os projetos.
Observação:
Se, antes do último
termo, houver a conjunção e ou ou, não se usa a vírgula: O
Presidente, o Líder e o Relator ressaltaram a importância da matéria; O
Presidente, o Líder ou o Relator da matéria fará uso da palavra agora. (Ver
alínea seguinte.)
j. Quando
as conjunções e, ou e nem aparecem repetidas vezes (geralmente,
para efeito de ênfase):
Neste
momento, devem-se votar os requerimentos, e o parecer, e as respectivas emendas.
Nem
a promessa, nem o discurso feito em plenário, nem a apresentação de emenda
foram suficientes para acalmar os ânimo dos manifestantes.
k. Para
separar as locuções tanto mais ... quanto mais (quanto menos), tanto menos
... quanto menos (quanto mais):
Parece
que quanto menos nos preocupamos, (tanto) mais os problemas são solucionados
naturalmente.
l. Para separar
os nomes de lugar nas datas e nos endereços:
Brasília,
1º de outubro de 2004. Rua João Batista, 150.
Entre orações
m. Entre orações
coordenadas não unidas por conjunção: Subiu à tribuna, começou a falar, fez um lindo discurso.
Certos modismos vêm, passam,
tornam a voltar.
n. Para
separar orações iniciadas por
conjunções coordenativas adversativas ( mas, porém, contudo, etc.),
conclusivas (logo, portanto, etc.) ou alternativas (ou, quer ... quer, ora ... ora, etc.):
A
sessão começou tarde, mas foi muito produtiva.
Já esgotamos a pauta, portanto podemos
encerrar a sessão. Devemos suspender a sessão agora, ou haverá tumulto.
o. Antes da conjunção e,
quando inicia oração cujo sujeito
é diferente do sujeito da oração anterior (para evitar leitura incorreta):
O
Presidente chamou à tribuna o
homenageado, e o Deputado iniciou seu
discurso.
Observação:
Quando as orações têm o
mesmo sujeito, pode-se também usar a vírgula antes do e, neste caso para
realçar a oração por ele iniciada: Ele sonhou um mundo melhor, e foi capaz
de concretizá-lo.
p. Antes
das conjunções e, ou e nem, quando se repetem no início de cada oração:
Ou
vota-se, ou discute-se, ou encerra-se a apreciação da matéria.
Não
apareceu, nem telefonou, nem mandou recado.
q. Para separar
as orações adverbiais deslocadas, inclusive
as reduzidas:
Quando
o professor entrou, os
alunos se levantaram.
Ao
entrar o professor, os
alunos se levantaram.
Superado
o mal-entendido, todos
voltaram a sorrir.
Assim
como está agora , essa
imagem relembra-me alguém,
Os
deputados, à medida que se apuravam
os votos, vibravam de
alegria.
r. Para isolar as orações adjetivas explicativas: 42
Lembre-se
de nós, que sempre o apoiamos.
O
Brasil, cuja economia chegou a
ser a oitava do mundo, precisa voltar a
crescer.
O
Presidente, com quem conversamos demoradamente, está a par da situação.
s. Para
isolar frases intercaladas ou parentéticas:
As
leis, não custa lembrar, são feitas para ser cumpridas. Os resultados, esperamos,
serão conhecidos ainda hoje.
Observação:
As frases parentéticas também podem ser isoladas por parênteses (daí o seu
nome) ou travessões.
Vírgula facultativa
Relembre-se aqui que, nas
intercalações, ou se empregam duas vírgulas, ou não se emprega nenhuma.
A vírgula é opcional:
a. Antes
da conjunção nem, quando usada uma só
vez:
Não achou nada(,) nem ninguém.
Não redigiu o ofício(,) nem parece
que irá fazê-lo.
b. Com as expressões pelo menos e no
mínimo :
42 Oração
adjetiva explicativa é aquela que se liga a um nome da oração principal sem particularizá-
+as
conjunções conclusivas (logo, portanto, etc.) e as adversativas, com exceção de mas
( entretanto, no entanto, todavia, etc.), quando iniciam a oração:
Todos
trabalharam muito; assim(,) merecem descanso.
A
discussão está atrasada, portanto(,) devemos nos apressar.
O
Deputado protestou da tribuna. Porém(,) ninguém lhe deu atenção.
Provei
o equívoco. No entanto (,) o erro não foi corrigido.
imprudente.
c. Nos
adjuntos adverbiais deslocados de pequena extensão:
Aqui(,) são elaboradas as leis federais.
A
doença(,) àquela altura(,) era irreversível.
d. Com o
período na ordem direta, diante de orações subordinadas adverbiais, sobretudo quando a oração principal é longa ou a
adverbial é reduzida:
O Presidente considerou os requerimentos
antirregimentais e inconstitucionais(,) no momento em que foram apresentados
à Mesa.
Tão forte foi a pressão de sua base
eleitoral, que o parlamentar se viu
forçado a mudar o seu voto.
Ele protestou(,) objetivando demonstrar
seu inconformismo .
e. Antes
das conjunções explicativas (pois, porque, etc.):
Chega de barulho(,) pois muito
estrago já foi feito.
f. Após
as conjunções conclusivas (logo, portanto, etc.) e as adversativas, com exceção de mas
( entretanto, no entanto, todavia, etc.), quando iniciam a oração:
Todos
trabalharam muito; assim(,) merecem descanso.
A
discussão está atrasada, portanto(,) devemos nos apressar.
O
Deputado protestou da tribuna. Porém(,) ninguém lhe deu atenção.
Provei
o equívoco. No entanto (,) o erro não foi corrigido.
PONTO-E-VÍRGULA
Sinal intermediário entre a vírgula e o ponto,
o ponto-e-vírgula ( ; )
indica uma pausa mais sensível que a vírgula e menos que o
ponto. É empregado:
a. Para
separar partes de um período que já tenha
elementos separados por vírgula(s):
No dia 10, estavam presentes no plenário
490 deputados; no dia 12, 510.
O projeto passou primeiro pela Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania; depois foi para a de Agricultura,
Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; está agora na da Amazônia,
Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional.
b. Para separar orações coordenadas de sentido contrário, não unidas por conjunção:
Alguns são dedicados, interessados pelo
assunto; outros são desinteressados, alienados completos.
c. Para
separar orações coordenadas, em geral adversativas e conclusivas, de modo a dar
destaque a sua ideia:
O número de votos assegurados já era
suficiente, com folga, para a aprovação do projeto; o Presidente, no entanto,
continuava tentando construir um consenso geral.
Os líderes partidários parece terem chegado
a um acordo; o impasse, portanto, está superado.
d. Para separar
os itens de uma enumeração, sobretudo quando precedidos de letras ou números. Esta é a praxe, por exemplo, dos atos normativos em relação aos incisos, alíneas e itens:
“Art. 96. Os veículos classificam-se em:
I - quanto à tração:
a) automotor;
b) elétrico;
c) de propulsão humana; [...]
II - quanto
à espécie:
a) de passageiros:
b) bicicleta;
c) ciclomotor;
d) motoneta;
[...].”
(Código de Trânsito Brasileiro)
DOIS-PONTOS
Os
dois-pontos ( : ) marcam uma pausa repentina e indicam que a frase não
está concluída. São empregados:
a. Para introduzir uma citação:
O
leiloeiro bateu o martelo e declarou: “Arrematada a mercadoria!”
b. Para introduzir uma enumeração:
Votaram-se duas emendas: a aglutinativa e a
modificativa.
c. Para
introduzir uma explicação, uma complementação
ou uma conclusão:
O Brasil respira aliviado: a inflação
galopante foi debelada. Existe apenas uma saída: recorrer à Mesa.
TRAVESSÃO
O
travessão ( – ), traço que se distingue do hífen ( - ) por ser
mais comprido,43 é
usado:
a. Para indicar, nos diálogos, a fala dos interlocutores:
Questão de Ordem, Presidente.
Concedida a palavra, Deputado.
b. Para isolar termos ou orações no interior de um
período, caso em que deve ser usado duplamente, à semelhança dos parênteses:
A Região Sudeste – Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito
Santo – é a que possui a maior densidade
demográfica do País.
Observação: O sinal de pontuação que se poria antes
do primeiro travessão transfere-se
para depois do segundo: Quando a
cidade era apenas um povoado –
hoje ela é quase uma metrópole --, os cavalos
pastavam livremente em suas ruas (não: * Quando a cidade era apenas um
povoado, – hoje ela...).
43 É
importante salientar a dessemelhança, pois trata-se de sinais distintos que, no
entanto, vêm sendo confundidos, pelo fato de o travessão nem sempre estar facilmente
disponível no teclado dos computadores.
c. Para
dar realce a uma explicação, complementação ou conclusão (neste caso, substitui
os dois pontos):
Trabalham
todos em prol do mesmo objetivo
– a reforma do Estado.
PARÊNTESES
Os
parênteses ( ( ) ) são utilizados para isolar palavras, expressões ou
frases intercaladas no período ou a ele justapostas. Servem assim:
a. Para incluir uma reflexão ou um comentário incidental:
A
situação (tinha consciência disso) exigia dele pulso firme.
Proferiu
o discurso (quando lhe foi concedida a oportunidade) e defendeu com
brilhantismo a proposta.
b. Para
encaixar uma explicação, um esclarecimento, uma definição ou um exemplo:
Os
países que fazem parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) vêm
intensificando suas trocas comerciais.
c. Para indicar a fonte (autor,
bibliografia, etc.) do que se afirma
ou transcreve:
“Progresso
é a realização de utopias.” (Oscar Wilde)
RETICÊNCIAS
As
reticências ( ... ) são utilizadas para denotar emoções variadas
(uso sobretudo literário), para assinalar a interrupção de uma frase ou para indicar a omissão de partes de um texto.
Nesses dois últimos casos, são usadas:
a. Quando
o emissor deixa o pensamento em suspenso ou quando a frase está incompleta:
Se
o projeto será aprovado? Bem...
b. Para indicar hesitação:
Pensamos
que... Achamos que... Que isso não é certo.
c. Quando um interlocutor é interrompido por outro (nos pronunciamentos, quando o orador é interrompido):
O Presidente
da República está ciente...
Um aparte,
por favor...
...ciente do problema. Concedo o aparte
ao nobre Deputado.
c. Para
indicar, nas citações, que uma parte da frase ou do texto foi
omitida, recomendando-se neste caso o seu emprego entre colchetes:44
“A
política de desenvolvimento urbano [...] tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes.” (CF, art. 182)
Observações
1. No começo
e no fim das citações, usam-se as
reticências quando o trecho citado
não formar uma frase completa ou não apresentar coerência sintática no início ou no final:
“[...]
tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade
e garantir o bem-estar de seus habitantes.”
44 Neste
caso, segundo alguns autores, não se trata mais
das reticências. Para o gramático Celso Cunha, por exemplo, “não se devem confundir reticências, que têm valor estilístico
apreciável, com os três pontos que se empregam, como simples sinal tipográfico, para indicar que foram suprimidas palavras no início, no
meio ou no fim de uma citação.
Modernamente, para evitar qualquer dúvida, tende a generalizar-se o uso de quatro
pontos para marcar tais supressões, ficando os três pontos como sinal exclusivo das reticências” (CUNHA, 2001, p. 662). Note-se, a
propósito, que o uso de quatro pontos não está ainda muito difundido, ao passo que o uso dos três
pontos ressente-se de falta de padronização, sendo vistos ora entre parênteses,
ora entre colchetes, ora soltos e, neste último
caso, ora colados à palavra, ora separados. Com a recomendação que aqui
se faz, busca-se disciplinar o uso
desse sinal nas citações.
“A política de desenvolvimento urbano,
executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes fixadas em lei, tem
por objetivo ordenar [...].”
2.
Quando a citação se unir sintaticamente à oração anterior, dispensam-se as
reticências:
O orador, citando o artigo 182 da
Constituição, mencionou que a referida política “tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes.”
* Manual de Redação da Câmara dos Deputados (2004)
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